Dr. José Antonio Abi Ramia*
Não é novidade que o uso da melatonina como recurso da Medicina vem se tornando mais popular a cada ano. E isto devido a diminuição da produção deste hormônio pelo organismo. Na juventude ela é abundante, diminuindo na puberdade. Mas, na idade madura, é considerável a queda de sua produção. Experiências têm demonstrado que seu uso adequado pode aumentar em um terço a expectativa de vida. Muitos a tem utilizado para melhorarem a qualidade do sono, o que realmente acontece, mais especificamente no sono Rem (Rapid eyes moviment) que é o estágio restaurador dos sonhos. Existem também estudos demonstrando que doses suplementares de melatonina fortalecem o sistema imunológico, prevenindo a degeneração das células e ainda afastando o risco de problemas cardíacos. Existem até usuários da melatonina, acima de 40 anos, que afirmam que têm sentido melhorana perfomance sexual.
Identificada, há mais ou menos 40 anos, a melatonina é uma molécula liberada pela glândula pineal, localizada no cérebro.
A melatonina funciona como um protetor das células, agindo também como um antioxidante. Vejamos: ao metabolizar o oxigênio, o organismo produz moléculas altamente reativas, chamadas radicais livres que atuam de forma lesiva nas membranas celulares e até no DNA (ácido desoxirribonucleico). Este processo, denominado oxidação, pode comprometer seriamente a saúde, causando dezenas de moléstias, como o câncer, doenças cardíacas e até mal de Alzheimer e outras doenças degenerativas. Mas, além da melatonina, o organismo também produz vários outros antioxidantes, como as enzimas. Diversos nutrientes ( como por exemplo, as vitaminas C, E, o betacaroteno e o selênio) funcionam como um reforço extra da natureza, ingeridos pela alimentação, com adição de frutas e legumes ou através dos suplementos.
Na intenção de regular o sono muitas drogas têm sido usadas, mas com efeitos colaterais danosos, além de causarem dependência e roubo da memória. Mas os pesquisadores ainda não encontraram qualquer problema com a melatonina como regulador do sono. Ao contrário, apenas benefícios.
Mas os efeitos benéfícos em relação à longevidade não têm sido creditados apenas à melatonina. Os pesquisadores estão muito envolvidos também com o DHEA (diidroepiandrosterona), substância produzida pelas glândulas supra-renais (cuja função é de modular e sintetizar os hormônios masculinos e femininos), responsável pelo equilíbrio do sistema imunológico; melhora do sistema cardiovascular (principalmente no homem); melhora do perfil dos hormônios sexuais, além de ser também um obstáculo para o diabetes, o câncer e outras doenças degenerativas e auto-imunes. Como acontece com a melatonina, o DHEA também sofre queda com a idade, trazendo conseqüências nesfastas à saúde. Por isso, já esta havendo uma suplementação do DHEA, com êxito em várias partes do mundo, em especial, nos Estados Unidos e Alemanha.
É oportuno citar que pesquisas realizadas na Califórnia apontam o DHEA como inibidor do stress (grande desencadeador de radicais livres) e muito benéfico à qualidade do sono, além de amenizador das dores articulares. Também a melatonina é apontada como excelente fortalecedor do sistema imunológico e conseqüentemente uma forte aliada de uma vida mais longa e saudável.
Finalizando, é importante lembrar que antes de tomar qualquer suplemento deve-se consultar um médico que tenha conhecimento do assunto.
*Dr. José Antonio Abi Ramia é cardiologista com
pós-graduação em Nutrologia, membro da
Sociedade
de Medicina Ortomolecular do Estado do Rio de Janeiro - Somorj,
fundador
do Centrocardio - Hospital do Coração de Niterói e
Chefe do Serviço Médico do Colégio Pedro II,
unidade
de São Cristóvão, RJ.